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Meditações por Semioses Cruzadas

com Lúcio Packter

 

sábado, 26 de maio de 2018

9h00  - 12h00

- como o pensamento usualmente se comporta

- características de um pensamento amistoso

(a educação do pensamento)

- estradas de acesso ao pensamento

- o que é a meditação por semioses cruzadas

- experimentando os procedimentos iniciais

 

14h00 - 19h00

- treinamentos, correções, ajustes

Ouça o curso em uma edição de áudio, uma síntese: clique aqui.


Um trecho do texto publicado na revista de Filosofia, Editora Escala, sobre Educação do Pensamento:

"Há quem divida as coisas de tal forma que o que é visível é educado, penteado, possui vida pública; os invisíveis da vida, como o pensamento, podem ser deixados aleatórios, soltos, selvagens em seus domínios, mal criados. Não é liberdade, é desleixo. Não é autonomia, é descuido. É negligência também. Mas isso somente se estende aos invisíveis. Quando o pensamento se torna visível, segundo a métrica de quem o divide assim, então imediatamente ele se torna educado e solícito, social, mostra urbanidade. O pensamento se torna visível quando a pessoa vai expor um assunto no qual acredita, por exemplo. Mas, ainda assim, em tal caso há dois pensamentos básicos: um é educado segundo os preceitos mais profundos da hipocrisia convencionada; o outro, sincero e desleixado, desmazelado e porco, não aparece.

Alguns que dividem as coisas desta forma, pelo próprio estilo alcoviteiro, oculto, esquivo com que moldam ao relento suas ideias, podem achar que têm neste pensamento subsidiado um aliado. Os motivos pelos quais alguns creem nisso vai da proteção que dão à má educação até certas cumplicidades que só são subscritas nas alcovas de porão, sem passagem para a luz.

Eis que um dia o sujeito está alquebrado pela vida, mal sucedido em suas empreitadas de vivente urbano. Precisa de forças, de amizade, de quem lhe dê tapinhas às costas. A parte que educou de seu pensamento vai tratar disso, marcará os exames cardio respiratórios, procurará amenidades e buscará os auxílios. A parte má educada pode incomodar com incriminações; tachar, inculpar, imputar faltas ela usualmente poderá fazer; e, como é aleatória, mimada, inexperiente em coisas que exigem educação, chutará para os vários lados, contra, a favor, nem sempre separando as coisas; pode se tornar intransigente, irritadiça e recorrente em suas constantes interferências no humor, na alma, na pouca alegria que ainda resta para viver.

O pensamento mal educado não é mau, é apenas mal educado. Ele se comporta como um filho que não recebeu instruções de urbanidade, não sabe respeitar um velho pai, nem a si mesmo, e quando tenta fazer isso é usual que tudo se passe ao contrário.

Por que não educar o pensamento, tal qual fazemos com a higiene, a alimentação? Educação rima com liberdade, com cabresto, com autonomia, com escravidão. Em alguns casos é até mais indicado um pensamento mal educado do que conceitos vitorianos; em alguns casos.

A educação do pensamento seguirá os indicativos do que é próprio, pertinente, peculiar a cada pessoa. Não existe aqui uma regra, mas uma intenção. Educar segundo o que está em movimento desde cedo. Por exemplo: um sujeito com propensão a artífice que vai lidar com ferro recebe instruções neste sentido, assim como uma pessoa dócil e inclinada kantianamente aos preceitos exatos receberá réguas e esquadros para desenhar seus conceitos.

Um trecho de um escrito de Amadeu Amaral como ilustração:

“Para um simples passageiro de bonde, as ideias são como os bilhetes de loterias: é preciso jogar em muitas, para ter probabilidade de acertar em alguma. E ainda o melhor é não acertar. Criar fama de rico é uma das mais graves maçadas que possam cair sobre quem não necessite de tanto numerário. Responsabilidade social muito pesada. Admiradores. Compromissos. Facadas, amabilidades, invejas, intrigas, amofinações... Que bom travesseiro, a pobreza! A mim, o que me fez sorrir diante do louva-a-deus foi o riso dos outros, tão saudavelmente natural e estúpido. E foi também o próprio louva-a-deus, natural e bobo como esse riso.”

Lúcio Packter


Inscrição

O participante pode realizar o curso presencialmente, no Instituto Packter, em Porto Alegre, ou a distância, via Skype.

Para efetuar a inscrição, o participante deve nos enviar o nome completo, endereço atualizado e o CPF: institutopackter@uol.com.br

Enviaremos então um boleto bancário no valor de 260,00. O boleto deve ser quitado até o dia 24 de maio. Se o participante desejar realizar o curso a distância, ele deve nos encaminhar o endereço de Skype para cadastrarmos no sistema.

Número de vagas: presenciais (9); pelo Skype (9).

* observação: grupos podem participar a distância. Em tal caso, o custo pelo grupo é de 500,00, desde que se respeite que o número máximo de participantes por grupo é de 5 pessoas.


Funcionamento

Pontualmente às 9h00, horário de Brasília, o curso iniciará em Porto Alegre, no Instituto Packter. A tolerância para atraso é de 30 minutos.

Os participantes presenciais receberão cadernos e canetas.

Lúcio Packter conduzirá os trabalhos.

Pausas para lanches serão realizadas.

É expressamente proibido gravar os trabalhos. O Instituto Packter providenciará a gravação do curso. Posteriormente, após edição, esta gravação será enviada como cortesia a cada participante.

* não é emitido certificado neste evento.