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Neoplatonismo

a transcendência como realidade

Instituto Packter

 8 a 10 de janeiro de 2021

                                                          

 

Prezado estudioso,

É possível modificar o que a nossa sociedade denomina "realidade" com o pensamento? Se for possível, quais realidades, quais pensamentos podem alterá-las, de que modo isso pode ou deve ser realizado?

Vamos a exemplos diversos. Em meio a uma existência fatigante, intrincada, uma pessoa imagina com veemência os bálsamos de uma vida em uma enseada junto ao mar, em uma confortável residência, com seus livros e amigos queridos. Isso pode migrar de sua imaginação para algo tangível, factual?

Na eminência de uma falência, com a imediata demissão de trinta funcionários, o empresário idealiza, medita com pertinácia que uma solução ocorre a qualquer momento. Isso alcança uma efetividade na sociedade tal qual ele considera em seu íntimo?

Genuinamente ao pensar, meditar, reflexionar, sobre contextos e aspectos é plausível considerarmos que uma determinada pessoa possa mudar realidades materiais, orgânicas, organizacionais de um mundo social como este no qual vivemos? Ou tudo não passaria de uma utopia inquietante fadada inevitavelmente a frustrações, tristezas?

Desde Teeteto, de Platão, a opinião justificada, verdadeira, como base do conhecimento foi retomada. Uma das vezes, agora no século XXI, no instante em que epistemólogos reeditam os embates entre racionalistas e empiristas. Enquanto isso, uma pessoa pensa em alguém com quem não conversa há dez anos e inopinadamente o telefone toca com a pessoa pensada falando do outro lado da linha; alguém em uma aldeia insular intui que as chuvas serão generosas para as plantações (mesmo diante de previsões contrárias das agências meteorológicas) e as chuvas se fazem de forma inaudita abundantes.

Wilfrid Sellars (Empirismo e Filosofia da Mente) afirma que "...o conhecimento empírico, com a sua sofisticada extensão, a ciência, é racional, não por ter uma fundação, mas por ser um empreendimento autorregulador que pode colocar qualquer afirmação em questão...".  Em seu nominalismo psicológico, Sellars avança de Hume a Kant. Neste sentido, o filósofo aponta que as intuições estarão ligadas aos conceitos e o espaço agora possui suas estradas.

Giovanni Reale (O Saber dos Antigos - Terapia para os tempos atuais) fomenta a discussão: "um dos maiores males contemporâneos consiste na redução maciça do homem a uma única dimensão. Trata-se de uma consequência direta do mal...depois de se negar uma outra dimensão do ser além da física, o homem passa a ser uma realidade física ou meramente física, e todas as suas características consideradas espirituais tornam-se apenas epifenômenos do físico". Também por isso aceitar que o pensamento (imaterial?) atue em propriedades físicas passou a ser remoto, improvável?

E se considerarmos que reduzimos a pessoa a limites que alijaram sua existência de propriedades que lhe eram naturais, orgânicas? Peter Strawson, por exemplo, reforça que aparentemente o homem buscando ser mais, amputou partes que lhe pareciam incômodas; tornou-se menor, mas sua ilusão de si mesmo o enganou disso. Afirma Peter Strawson em Indivíduos: "O conceito de uma pessoa é logicamente anterior ao de uma consciência individual. Não se deve analisar o conceito de uma pessoa como o de um corpo animado ou de uma alma corporificada. Isso não quer dizer que o conceito de uma consciência individual pura não poderia ser uma existência logicamente secundária, se alguém pensar, ou julgar, que isso é desejável. Falamos de uma pessoa morta - um corpo -  e da mesma maneira secundária podemos pelo menos pensar em uma pessoa descorporificada. Uma pessoa não é um ego corporificado, mas um ego poderia ser uma pessoa descorporificada, mantendo o benefício lógico da individualidade de ter sido uma pessoa".

O Neoplatonismo que despontou do século III até o século VI, depois com pensadores judeus e islâmicos na Idade Média, e então as releituras do Renascimento, agora é revigorado por pensadores que utilizam psicologismos e filosofias como amálgama de construção para o mundo. Muitos deles consideram que nossos pensamentos são fundamentais para mudar, para consolidar, para dimensionar o que denominamos como realidade.

Como a Filosofia Clínica dialoga com tais aspectos?

Convido você a participar desse estudo introdutório com filmes, livros, encartes por três dias, de 8 a 10 de janeiro.

Um abraço,

Lúcio

 

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