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Espiritualidade e Filosofia

um estudo filosófico

16 e 17 de dezembro de  2022

 

 

Explicação -

 

Em uma época que traz por vezes características pronunciadas para o pragmatismo, o utilitarismo, o hedonismo, as exigências do imediatismo, como a espiritualidade pode hidratar, acompanhar seres humanos rumos aos elementos de compreensão, amor, paz - quando estes forem os caminhos? Quais os modos e disposições da Espiritualidade em nossos dias? Isso é geral ou atende a especificidades?

 

Existem conciliações, atenuantes, amálgamas que possam auxiliar?

 

Na obra As parábolas de Jesus, de John MacArthur, temos um exemplo:

 

"O significado real daquilo que Jesus está ensinando não é imediatamente evidente. A parábola precisa ser explicada. Por isso, Jesus incentiva seus ouvintes a investigar o sentido real da parábola. Ele deixa isso claro na segunda metade de Lucas 8:8: “Tendo dito isso, exclamou: ‘Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça!’” O tempo verbal no texto grego é o imperfeito, que normalmente indica uma ação repetida ou contínua. A New American Standard Bible traduz o versículo assim: “Ao dizer estas coisas, ele costumava exclamar: ‘Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça!’”, indicando que, ao contar a parábola, ele ressaltou mais de uma vez a necessidade de prestar atenção, de ouvir com um coração crédulo e de enxergar para além da superfície à procura do sentido verdadeiro."

 

 

Ouvir, espiritualmente, talvez implique na descoberta de que inventamos alguns relógios que pedem revisão, assim como o ambiente.

 

Encontramos um exemplo disso na obra A Realidade não é o que Parece, do proeminente físico italiano Carlo Rovelli:

 

"...chegamos finalmente à gravidade quântica e ao significado da asserção “o tempo não existe”. O significado é simplesmente que, quando nos ocupamos de coisas muito pequenas, o esquema newtoniano deixa de funcionar. Era um bom esquema, mas apenas para fenômenos grandes. Se queremos compreender o mundo mais em geral, se queremos compreendê-lo também em regimes que nos são menos familiares, temos de abandonar esse esquema."


 

Provavelmente apenas assim páginas como encontradas em Areias Movediças, de Octávio Paz, farão sentido:

 

"Quando deixei aquele mar, uma onda se adiantou entre as demais. Era esbelta e ligeira. Apesar dos gritos das outras, que a seguravam pelo vestido flutuante, pendurou-se em meu braço e foi saltitando comigo. Não quis dizer-lhe nada, porque senti pena de envergonhá-la diante de suas companheiras. Além disso, os olhares coléricos das maiores me paralisaram. Quando chegamos ao vilarejo, expliquei a ela que aquilo não daria certo, que a vida na cidade não era o que ela pensava na sua ingenuidade de onda que jamais havia deixado o mar. Encarou-me, séria: não, sua decisão estava tomada. Não podia voltar. Tentei doçura, dureza, ironia. Ela chorou, gritou, acariciou, ameaçou. Tive que pedir perdão.

 

No dia seguinte começaram os meus dissabores. Como subir no trem sem chamar a atenção do maquinista, dos passageiros, da polícia? É verdade que os regulamentos nada dizem a respeito do transporte de ondas nas ferrovias, mas esta lacuna já era um indício da severidade com que nosso ato seria julgado. Depois de muito matutar, cheguei à estação uma hora antes da saída, ocupei meu assento e, quando ninguém estava me olhando, esvaziei o filtro de água para os passageiros; em seguida, cuidadosamente, verti nele a minha amiga."

Mas apenas inventar e descobrir novos modos de existir, isso encontra questões complexas. Considere como uma ilustração o que escreve o neurologista Oliver Sacks em sua obra Um Antropólogo em Marte:

 

"...quando, em 1728, William Cheselden, um cirurgião inglês, removeu as cataratas dos olhos de um menino de treze anos, nascido cego. A despeito de sua grande inteligência e juventude, o menino esbarrou em profundas dificuldades com as mais simples percepções visuais. Não tinha a menor idéia de distância. Não tinha a menor idéia de espaço ou tamanho. E se confundia estranhamente com desenhos e pinturas, pela idéia de uma representação bidimensional da realidade. Como previra Berkeley, ele conseguia dar sentido ao que via apenas gradualmente e enquanto fosse capaz de conectar as experiências visuais com as táteis. O mesmo ocorreu com muitos outros pacientes nos 250 anos desde a operação de Cheselden: quase todos experimentaram as mais profundas confusões e perturbações lockianas.

 

E, ainda assim, fui informado de que bastou remover o curativo do olho de Virgil para que ele visse seu médico e sua noiva, e risse. Não há dúvida de que viu algo — mas o quê? O que significava “ver” para esse homem antes privado da visão? Em que espécie de mundo ele foi jogado?".

 


Nosso estudo de dezembro trará algumas considerações em Filosofia Clínica para essas questões e para outras ligadas à espiritualidade como um dos caminhos em nossos dias.

 

Convido a este estudo a ser realizado em dezembro.

 

Um abraço,

 

Lúcio

 

 


 

Funcionamento -  Transmissão pelo Zoom, som e imagem, com trechos selecionados e explicados de livros e de vídeos em destaque, mais conversações com Lúcio Packter.

 


 

Número de vagas - 35.

 


 

 Como efetuar a inscrição -

1. Se você é aluno dos nossos cursos avançados (que são realizados terças e sextas-feiras à noite, 19h00), escreva para institutopackter@uol.com.br  informando que solicita uma vaga para o curso "Espiritualidade". Não é necessário enviar qualquer outro dado.

 

Se não é aluno dos nossos cursos avançados, por favor envie seu nome completo, cpf e e-mail.

 

 

2. Em até 48 horas após recebermos o seu e-mail responderemos enviando uma carta contendo o boleto de inscrição e demais informações, desde que tenhamos vagas.

 

 

3. Enviaremos até um dia antes do evento uma carta com explicações detalhadas sobre os procedimentos, horários, interatividade, senha e outros assuntos.

 


 

4. Valor da inscrição -

 

 206,00 - para alunos dos cursos avançados do Instituto Packter que farão pelo Zoom.

 

 386,00 - para o público em geral e alunos dos nossos outros cursos.

 


 

5. Não é fornecido certificado neste evento.

 

6. Eventualmente, livros e filmes podem ser modificados.

 

** as vagas serão disponibilizadas conforme a ordem cronológica de chegada dos e-mails.

 

*** ao final de cada dia de trabalho, entre 20 e 30 minutos de conversações com Lúcio Packter sobre os temas trabalhados.

 

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