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Uma Educação da Emoções

 conteúdo programático

- estudos  semanais com 50 minutos de duração -

  

 

 

Prezado Estudioso,

O que são emoções educadas?

É não reagir quando se é insultado ou injuriado? É manter-se sempre em um limbo, sem exacerbações para as alegrias e para as tristezas? Ou seja, ser morno no exercício da afetividade?

As emoções educadas são aquelas que, por exemplo, amam com moderação, perdoam com parcimônia, sentem saudade com delicadeza, sem choros convulsivos?

Educar as emoções consiste em fazer com que sejam comedidas e se comportem de acordo com o andamento das coisas?

Ottavio afirma que ama Lucrezia, mas que quer ser amado. Diz que a respeita, mas que deseja ser respeitado. Isso é escambo ou amor? Poderia ser ambas as coisas?

Bia afirma que Taddeo não lhe dá paz, que ele não a compreende, que tudo o que ela faz está errado, que nada, para ele, está bom. Um terapeuta ouviu Bia e perguntou a ela se ela se dava paz, se ela se compreendia, se ela considerava certo algo que fazia, se algo, de fato, estava bom para ela.

Lorelei afirma que o relacionamento não a completa. Não completamente...

Quais seriam os caminhos que emoções elaboradas e educadas escolheriam? E quais critérios poderíamos aplicar para determinar a natureza de afetividades educadas? Por vezes, aspectos que lisonjeiam, atraem ou distorcem podem apresentar traços de sofisma e falácia, parecendo ser emoções educadas. No entanto, nessas situações, há uma tendência a comprometer a qualidade das emoções.

Uma das questões prementes e graves é que, ocasionalmente, discernir entre educação e deseducação, ou entre educação que serve a propósitos prejudiciais, pode ser uma tarefa desafiadora e complexa.

O que ocorre para que as emoções pareçam se portar como criaturas mimadas, como inimigas da pessoa? Elas são frequentemente impertinentes e, por vezes, abusivas? A pessoa não as educou? Ou as educou de maneira contraproducente?

As emoções podem ser reeducadas? O que isso significa?

Este estudo, embasado na abordagem da Filosofia Clínica, visa explorar algumas dimensões que podem contribuir para orientar questões como essas e outras semelhantes: ajustes, abordagens, exercícios e discussões de natureza filosófica.

Assim como alguns não sabem combinar roupas, há quem se atrapalhe com o exercício das emoções, oferecendo fúria quando o adequado seria indignação; sentindo medo quando a indicação é por prudência; ou se apaixonando sempre por alguém "errado".

Outros mostram falta de fôlego nas afetividades, duram pouco; muitos não possuem fluência nas afetividades, pois não praticaram no campo da alma.

- Quando você for grande, você vai ver! Não poderá brincar, tudo será pesado e chato. Vai viver pagando contas, preocupado, com medo. Não pense que será divertido e quentinho como é aqui em casa.

Uma criança, ao ouvir isso e considerar verossímil, teria quais estímulos para crescer e amadurecer? Isso tem a ver com muitos adultos infantilizados?

Há multidões de adultos que fizeram outros caminhos e trouxeram da infância a poesia, a criatividade, a diversão e o devaneio para o mundo adulto; muitos se tornaram adultos inspirados, responsáveis, dinâmicos e vivos.

É imensa a quantidade de pessoas que padecem, que sofrem das dores emocionais.

Nosso trabalho cuidará dessas e de outras questões dos nossos dias

 

Com meu abraço,

 

Lúcio Packter

 

 

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