22 de novembro de 2010  - primeira carta após o retorno ao Brasil,

após passagem por Paris, França.

colegas diante da Universidade Hebraica, Jerusalém, Israel.

Querido colega,

Escrevo de Gramado. Pelas cartas e recados que tenho recebido, imagino o que foi sua chegada em casa. As vivências em Israel ainda fortes na alma, algumas vivências começando agora a partir do que foi vivido lá, muitas aprendizagens, muitas recordações. De certo modo a viagem continuará por muito tempo ainda.

Como cada um de nós constatou, Israel não é um país que se pode visitar em linha reta, tudo simples e definido como uma visita à Itália, à Inglaterra. Além da geografia, a política, a cultura, a história daqueles povos levam o peregrino a fazer círculos, voltas, retornos para poder caminhar em frente.

A Grécia nos tomou pela razão, ano passado; Israel nos tomou pela emoção, pela fé. Somatizações, lágrimas, esteticidades e contradições eram parte prevista em nossa jornada. Procurei acompanhar, ora de perto, ora mais silenciosamente a distância, os movimentos de cada colega. Importantes lições aprendo acompanhando, servindo, estando.

Mas o modelo de viagem que fizemos à Grécia e Israel agora cumpriu seu papel e nos deixa aptos a prosseguir em direção a voos que estão em sintonia com o nosso desenvolvimento. O receio que muitos colegas tinham, tanto os que foram quanto os que nos acompanharam do Brasil, em relação a viagens ao exterior parece agora ultrapassado. Isso se reflete na lista de colegas que enviaram os nomes para a próxima jornada, a de 2011, mesmo sem saberem o destino. Filósofos e estudiosos de outras áreas desejam também participar de nossa epopeia de 2011.

Quero agradecer a cada colega pelo carinho, pela oportunidade de nossa caminhada, por esta estrada que percorremos que se chama Filosofia Clínica.

Na carta da próxima semana escreverei um pouco sobre cada uma das três jornadas que se anunciam para 2011.

Um afetuoso abraço,

Lúcio

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