Querido colega,
Escrevo de uma acolhedora cafeteria de
Dourados, Mato Grosso do Sul, onde faço as clínicas didáticas com os
alunos daqui. Faz uma tarde muito bonita, o sol se inclina
suavemente e uma brisa de outono embala as folhas nas árvores.
Dourados é arborizada em suas ruas longas e retas. Hoje pela manhã
caminhei pelo centro.
Bem, iniciemos nossas conversações sobre a
Escócia, um país que me é familiar e de quem eu tenho uma afeição
antiga.
A Escócia começa por muitos lugares, pela
Royal Mile, em Edinburgh, pelos castelos em todas as partes, por
suas colinas e campinas, por seus vales e highlanders, suas comidas
e bebidas, suas tradições, lendas, história, sua linda música com
suas gaitas de fole, o kilt, as aldeias, as estradinhas de sonho, as
pousadas, os mares, o sotaque carregado e os dialetos, o povo, as
fadas e duendes, as enseadas... e então não termina mais. Reunindo
estes elementos e outros temos um dos mais belos e impressionistas
cantos deste planeta. A Escócia é um recanto no qual os elementos se
combinam em poesia.
Acostumei-me a pensar que a Escócia inicia por
um estado de espírito. Teremos muito a conversar nestas cartas
semanais que se estenderão até o final de setembro. Será um desafio
selecionar entre tantos assuntos alguns, mas será agradável e um
momento de recordações cada vez que escrever para você.
Fico agradecido por sua companhia nesta
poética, suave, profunda caminhada que estamos iniciando. Vou lhe
contar histórias, curiosidades, considerações.
Um abraço,
Lúcio
(14 de março de 2011) |
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