www.institutopackter.com.br
 

*página inicial

Carta 8

 

 

 

 

   
Jornada de Estudos 2011 - Escócia - Carta 7

Cartas de Lúcio Packter, semanais, que os colegas recebiam a cada segunda-feira.

                                  

Querido colega,

Hoje o tema tratará da comida.  

Na Escócia a comida começa pela bebida. Uísque, primeiro. Depois as cervejas. Eu sei que você já deve ter ouvido falar que nas ilhas inglesas, entre gauleses, irlandeses e escoceses a comida não tem graça nenhuma. Esta impressão decorre geralmente do fato de se comparar coisas fora de contexto. A comida escocesa é perfeitamente ótima na Escócia, mas ficaria muito estranha na Itália. 

Quando pela manhã nos oferecerem um mingauzinho salgado, um arenque defumado, isso fará todo o sentido.  

Tudo na Escócia parece diferente, a comida também. Se você aprecia conhecer culinárias, prove um haggis, típico, estomago e fígado de carneiro com pimenta, noz, nabo. Eu não como isso, que em nosso linguajar não passa de bucho, mas respeito. É o prato mais tradicional naquele país.  

Na Escócia come-se muita carne: mexilhões, peixes, salmão, Angus (boi), truta, cordeiro. O restante gravita em torno disso. Mas à aveia é destinado um capítulo separado, pois quase tudo, de bolinhos a pães assados, traz aveia. Haggis, aquela salsicha, tem aveia. 

Quando contornarmos Stirling e subirmos em direção às Highlands encontraremos carnes de caça. Bem, é verdade. Perdizes que piam enquanto catam grãos são um prato; aves silvestres outras também. 

Para o apaziguamento de gente feito eu, há muitos vegetais, sementes, raízes, amendoins.

 O essencial sobre a comida na Escócia não é tanto ela em si mesma, mas a situação que a acompanha. Em Israel, na Itália, na Grécia um jantar se justifica pelo próprio jantar, não é preciso um outro motivo. Na Escócia o motivo vem antes, as conversas, a degustação da bebida. O escocês basicamente come para viver e não vive para comer. Há muitos atrativos na Escócia, da geografia à poesia, e a culinária precisaria ser algo espetacular para ganhar destaque entre tantos.

Um abraço,

Lúcio

(23 de  maio de 2011)