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03 de maio de 2010 Querido colega, Escrevo de Chapecó, uma hospitaleira cidade localizada perto do rio Uruguai, próxima a fronteira com a Argentina. Hoje conversaremos sobre a presença constante de Israel na mídia e algumas das razões desta constante exposição. Se você é um assíduo nos jornais sabe que existe um lugar cativo, geralmente em um Box, sobre o que se passa em Israel. Frequentemente este Box se amplia e ocupa metade da página. Exemplo: há poucas semanas um arqueólogo israelense, Galil, traduziu uma inscrição em hebraico encontrada em um fragmento de cerâmica, datado da época do reinado de David, quase mil anos antes de Cristo, foi o que anunciou a Universidade de Haifa. E pronto, Israel segue nas primeiras páginas. Grécia, países da África, lugares remotos da China aparecem nos noticiários pela mesma razão, de descobertas arqueológicas, mas com menor frequência. A arqueologia, uma paixão nacional em Israel, por si somente já daria um lugar ao sol na mídia ao pequeno país do deserto. Mas há outros motivos muito, muito fortes, para as luzes que não se apagam. Israel é a terra sagrada para muçulmanos, cristãos, judeus. Cada esquina, cada trecho de colina, de relvado, de deserto é a memória de mais de um povo em mais de uma narrativa importante. Jerusalém é o epicentro de tudo. Se considerarmos as questões que aproximam, mas essencialmente aquelas que parecem inconciliáveis, estaremos diante de um grande interesse jornalístico. Os fatores políticos são raros e, em alguns aspectos, inéditos. A história do retorno dos judeus a Israel após a II Guerra Mundial, a maneira como isso aconteceu, a questão dos árabes e dos palestinos, temos aqui uma questão própria dos Escritos Sagrados atualizada. O Ocidente naturalmente olha para Israel também pelo interesse natural com que se olha para a terra onde algo importante em uma pessoa nasceu e a partir do qual tudo foi diferente: os profetas, Cristo, os textos sagrados, a ética, a maneira geral das coisas. Um outro fator forte é a relação política que envolve EUA, árabes, petróleo, poder, assuntos estratégicos para toda a região. E um último fator, entre os principais, é o que um pequeno país com pouco mais de 7 milhões de pessoas produz em termos de ciência, humanidades, tecnologia, pensamento, o que proporcionalmente nenhuma outra nação parece mostrar. Eis, na minha opinião, o que faz de Israel matéria constante nos jornais. Um abraço, Lúcio
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