13de julho de 2010

Querido colega,

Hoje escrevo de Curitiba. Faz frio. Tomei um delicioso café e vim caminhando para as Faculdades Itecne, onde tenho consultas agora à tarde. (Escrevo esta carta terça-feira, 13 de julho.)

Quando chegar o dia da viagem, você achará que não está pronto. Não estudou inglês e francês o suficiente. A roupa que encomendou não ficou boa. O que ficou de pesquisar sobre Israel naquele livro que comprou parece agora pouco. Não vai levar tanto dinheiro quanto imaginava e sua mãe não tem passado bem ultimamente. É o que acho baseado no que costumo observar em colegas viajantes. Além disso, você está ansioso, precisa ajeitar um monte de coisas e onde foi mesmo que colocou o passaporte...?

Não são poucos os colegas que me perguntam porque estas coisas acontecem em véspera de viagem. Bem, não sei. Penso que talvez elas aconteçam sempre, mas que são mais visíveis na véspera de uma viagem.

Então, quem sabe uma indicação importante é ter calma, desde agora.

Quando de fato o dia da viagem chegar é comum que o viajante tenha mais do que o necessário, ainda que entenda o contrário.

Muitos me perguntam sobre detalhes que somente são importantes aqui e que depois passarão invisíveis lá. São detalhes cujas características são estas mesmas. Exemplo: “Lúcio, se eu exagerar na comida tem algum problema?”. ... é provável que coisas assim sejam reguladas pela própria caminhada. Há dez mil e quinhentas coisas que definem a culinária em uma viagem e a maioria destas coisas são definidas no local de destino.

É também usual que pequenas dúvidas surjam dois dias antes do embarque, como se vai poder usar o celular em Israel, se vale a pena levar o lap top, maquiagem extra etc. Para isso, a partir de agosto pedirei para o pessoal da agência nos passar informações técnicas semanalmente.

As medidas prévias a uma jornada incluem peculiarmente do testamento a uma pequena dieta, um protocolo não escrito, mas sabido por navegantes do mundo. É recomendável visitar seu médico. Recomendo bater um papo com ele. Seu filósofo clínico também. Mas as medidas prévias são de cada pessoa e variam muito. Conheço quem viaje só para deixar que assuntos se resolvam durante sua ausência. Às vezes é a nossa presença que atrapalha.

Um abraço,

Lúcio

 

carta 15

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