24 de setembro de 2010

Querido colega,

Escrevo de Florianópolis. Aguardo aqui por vinte minutos em uma agradável cantina meu voo para Chapecó, no extremo oeste de Santa Catarina, onde tenho um workshop para empresários e farei clínicas hoje e sábado.

Mas nosso assunto é Israel.

Nossas primeiras semanas de estudos e a viagem à Grécia foram caracterizadas como extensões universitárias. Após consultas a colegas que entendem de legislação e projetos pedagógicos, agora evoluímos para tornar as viagens cursos de Aperfeiçoamento. É um passo importante para o próximo projeto, já em estudos.

Convido a ler o projeto atual e a participar dele.

Bem, vários colegas me encaminham textos, imagens, indicações. Peço desculpas por não poder atender prontamente. Aos poucos colocarei a correspondência em ordem.

Minha orientação é para terem calma, para aproveitarem as pesquisas sobre Israel. O assunto é imenso e provavelmente não acaba.

Ainda assim, os que estiverem fundo em todo o tipo de pesquisa podem descobrir que determinadas pesquisas teóricas necessitam de contrapartidas práticas quando se depararem  com um velho comerciante árabe oferecendo uma lâmpada de azeite que é acompanhada de uma história do deserto; um tacho; uma variedade de artefatos de cobre, de latão. Essas quinquilharias a gente encontra em toda parte; se deixou de comprar em uma aldeia do Mediterrâneo, pode comprar depois em um povoado no deserto perto do Egito. Conversar com os antigos mercadores, ouvir suas narrativas, é parte dos tapetes que estão vendendo, daqueles jarros e potes. Isso é algo que os livros e os manuais de viagem não contam, é uma das melhores vivências da jornada.

Lembre que para os nossos padrões culturais e históricos, boa parte das histórias lá contadas parecerão inventadas, mas é elemento essencial da conversa ouvir tudo com a solenidade de quem respeita a possibilidade da veracidade. Em Israel, terra dos profetas, do povo escolhido de Deus, o que pode afinal ser impossível, não é?

Um abraço,

Lúcio

 

carta 25

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