18 de outubro de 2010

Querido colega,

Em Israel estaremos diante de quatro mares que não se assemelham na maioria dos itens.

O mar Mediterrâneo tem aliado a beleza a uma importância histórica. É misterioso, inquieto, conheceu páginas da história da humanidade e guarda segredos que arqueólogos de todo o mundo trabalham para desvelar. É o primeiro dos mares que veremos em Israel.

O mar da Galiléia é meigo, suave, apreciado pelos profetas, por Cristo. Ali Pedro e Cristo caminharam sobre as águas, a tempestade foi amainada. Local de encontro de viajantes em busca de paz e descanso.

Ao sul, um mar está cerca de 400 metros abaixo do nível do mar Mediterrâneo. E mais 400 metros abaixo do nível do oceano. O lugar mais baixo em todo o planeta: mar Morto. Em geral, aqui no Brasil, Mar Morto é obra de Jorge Amado. Depois que Guma morre de maneira brava, tentando auxiliar, as águas do mar se abrandam e parecem não ter mais vida. Em Israel, o mar Morto desperta atenções variadas. Há escultores de sal em suas margens, extrações de sal ao sul, banhos de lama medicinal.

E o mar Vermelho, aberto ao meio quando Moisés precisou levar seu povo para a Terra Prometida. O mar Vermelho é de um azul belíssimo e o encontraremos após a travessia do deserto de Negev.

Algumas vezes, certos poetas e nômades olharam para os mares de Israel como quem compreende as estações do ano: o mar Morto é o verão; o mar Vermelho, a primavera; o mar Mediterrâneo, o inverno; o mar da Galiléia, o outono. Mas esta classificação funciona bem na poesia. A vida já subverteu inúmeras vezes esta classificação.

Um abraço,

Lúcio

 

carta 32

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