15 de março de 2010  

Queridos colegas,

Escrevo de Cuiabá. Sigo viagem para Campo Grande, Dourados e, depois,  São Luís...

Hoje falaremos sobre os deslocamentos em Israel. No nosso caso, as minhas três primeiras indicações são ônibus, ônibus, ônibus. Mas Israel é um país maravilhoso para se conhecer caminhando ou com uma daquelas bicicletas de alumínio (não se pode coloca-las nos trens, ok? Mas em muitos ônibus, sim). Quando atravessarmos por mares, sugiro barcos, claro.

Com exceção do Shabbat (falaremos disso em outra parte; cerca de duas horas antes do sol se pôr na sexta-feira até o anoitecer de sábado, quando os ônibus param), os ônibus em Israel só perdem para os elevadores em modernidade e limpeza. E neste caso podemos utilizar os táxis que não são caros e podem passar em locais surpreendentes. Em Israel existem os sherut, táxis tipo lotação. E os trens. Pode-se ir de trem de Tel Aviv a Jerusalém em aproximadamente 90 minutos.  

A estação de ônibus de Tel Aviv é uma coisa muito estranha e esta impressão vai durar. Mas, um momento, precisamos fazer uma contas: chegaremos ao aeroporto Internacional Bem Gurion, em Tel Aviv, costa do Mediterrâneo. Do aeroporto até Tel Aviv, 15 quilômetros. De Tel Aviv até Jerusalém, 60 quilômetros.

Israel não é um país como Inglaterra, Grécia, Brasil, nos quais com um mapa e algumas informações um visitante pode se aventurar pelos interiores. Ainda que questões ligadas à etiqueta sejam irrelevantes em muitos casos, aquele país possui códigos que devem ser cuidadosamente respeitados. É muito bom ouvirmos o que o nosso guia local nos dirá sobre isso. Sair sozinho em Jerusalém, entrar em um ônibus, como o 2, que leva ultra ortodoxos, pode ser uma experiência constrangedora.

É natural que um país repleto de contraste convide a pensar em alugar um carro. Há locadoras nas cidades e é simples alugar um carro. Não recomendo. Há muitas restrições e você encontrará problemas se quiser seguir em direção a territórios como a Cisjordânia. Acho interessante como um israelense é condescendente se estourar um pneu e a gente precisar de socorro e como este mesmo sujeito se modifica quando dirige: é hostil, impaciente com tudo, buzina demais.

As estradas por onde passaremos são boas, têm placas em hebraico, árabe e inglês. As regras são semelhantes às nossas: cinto de segurança, nada de celulares ou bebidas.  

Viajar de trem, e no litoral as linhas são bem servidas, assim como para Jerusalém, é interessante pelo cenário; os trens são novos, limpos, espaçosos, há lanches. As conexões são chatas, mas isso nem se nota.

Enfim, por conta das questões históricas, políticas, culturais, ônibus e orientação de guias locais é o mais indicado. Ainda assim há situações curiosas; se entrarmos em algum território árabe é provável que o guia local não possa nos acompanhar, se for judeu. Ou no sul do país, no deserto, não é improvável um camelo ignorar o asfalto de uma auto pista.

Um abraço,

Lúcio

 

carta 6

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