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22 de março de 2010 Queridos colegas, Escrevo de Curitiba. Ontem, durante a aula em Fortaleza, na Faculdade Católica, um colega me perguntou sobre o idioma que se fala em Israel. A resposta que dei a ele é o tema da carta de hoje. Não sei se é possível colocar que o idioma oficial em Israel é o hebraico, coisa que os manuais e revistas afirmam logo de início. Este idioma era usual até por volta do século III a.C. Depois disso, as invasões de vários povos reduziu o hebraico a pequenos grupos, aos estudos rabínicos. Quando os judeus espalhados pelo mundo começaram a retornar a Israel, Eleizer Bem-Yehuda resgatou e reconstruiu o idioma a partir das palavras do Antigo Testamento, agora em 1880. Começava a restauração do léxico hebraico. Hoje, mais de 80% das pessoas de origem judaica falam o hebraico em Israel. Mas em praticamente todos os lugares o inglês é conhecido e moeda corrente de comunicação, ainda que nas vilas e aldeias afastadas, assim como nas comunidades árabes, isso encontre outra conformação. O árabe é também uma língua oficial em Israel. Como o país recebeu judeus do mundo todo, existe grande tolerância com sotaques, pronúncias, regionalismos. Você não precisa se preocupar com isso. Em geral, é uma medida simpática aprender algumas palavras em hebraico, como “shalom”, que serve para olá e para tchau. Por favor é “toda”. É um traço característico o uso das mãos, os gestos, na comunicação. Provavelmente a diversidade propiciou este uso para facilitar o entendimento entre culturas e pessoas. Estaremos conhecendo um povo do deserto, que vive ao logo de mares e golfos, como o mediterrâneo. Para este povo a língua, a palavra, tem um peso diferente do que conferimos em nossa cultura brasileira. Em Israel é producente que se escolha as palavras antes de falar. Um abraço, Lúcio
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